Nerva, ao norte da província de Huelva, na bacia do rio Tinto, nasceu como alojamento da exploração das minas. A construção de um edifício destas características (teatro e cinema) é um evento relevante para toda a cidade. E ainda mais no caso de Nerva, com uma longa tradição na utilização deste tipo de espaço cultural, levando ao ressurgimento de atividades coletivas. A transformação de uma zona abandonada da cidade, promovida pela construção de um edifício público, carrega consigo a transformação espacial e social da cidade e suas relações.
Pensou-se no edifício uma concepção capaz de oferecer um grau de utilização máximo, conjugar as diversas atividades, fazê-las compatíveis, reunir e separar os diversos usos, oferecendo-se como um espaço multidisciplinar.
O edifício organiza-se sobre a cota do terreno, basicamente em dois níveis. O nível da planta baixa com acessos (principal, parque e serviços), foyer e espaços de apoio (camarins, área técnica: fosso do cenário e outro da orquestra). No primeiro pavimento estão: saguão, sala principal, cenário, sala de ensaios. O segundo nível é uma extensão do anfiteatro. Acima ainda são locados espaços técnicos como cabine de áudio-vídeo, galerias de iluminação e serviços e espaços de instalações.
São dispostos três vãos, sendo um central e dois laterais menores que absorvem os movimentos longitudinais. Um vão de menor altura, no lado oeste, constitui-se como galeria do parque e estabelece a relação com ele.
O volume final, tenso, surge da interpretação e ordenação do programa proposto, explicitando as diversas alturas dos espaços, o retraimento da planta baixa no pórtico proposto e a simetria longitudinal que denota a posição da galeria, orientando o edifício.
Informação Complementar:
- Instalações: Antonio Lastres García-Testón, Samuel Domínguez Amarillo
- Acústica: Juan José Sendras-IUCC Sevilla
- Estruturas: FHECOR ingenieros-Javier León